Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

domingo, 13 de julho de 2014

O Pontiac Azul.



Hoje lembrei-me de um casal carismático da cidade, de Tete.

Já com alguma idade, viviam numa casa bem pertinho do rio, rodeado de sombra e suas bichezas que tratavam com muito carinho.

Não rara é a história que contavam sobre a visita de um médico a casa motivada por uma doença súbita, senão quando de baixo da cama um restolhar se ouviu ao que o medico questionando a proveniência de tal som, lhe explicaram que seria uma pobre pedrês que ali chocava seus ovos, se sentiria incomodada pela presença estranha.

Não lhe conheci filhos, mas penso que pertencia á família de um também residente em Tete.

Gente simples, sempre bem-disposta e com iniciativa.

Um belo dia aparece na cidade um Pontiac azul clarinho cheio de cromados num brilho de fazer inveja a muita gente, desfilou pela avenida bem devagar como que orgulhosamente exibisse a jóia.

O pessoal “Habitué” da esplanada do hotel Zambeze, pasmou com tal aparição, questionando todos da proveniência de tal raridade na cidade, senão quando reparam que ao volante se sentava um cavalheiro de fato de balaica impecavelmente branco, braço na janela com um imenso sorriso vaidoso.

Um espanto o carro que ao passar deixava todos a olhar com uma ponta de inveja.

Pessoalmente privei com a esposa, cheia de iniciativas ao saber da chegada do novo Governador á cidade, tomou a de  organizar um baile de boas vindas no salão de festa do Club da terra “o Sporting”.

Se bem o pensou bem o fez organiza a festança e convida 3 meninas a acompanha-la ao palácio de Suas Excelências para formalizar o convite.

Foi marcado o dia e a hora pelo seu secretário.

De entre as mensageiras eu também estava presente. (nem podia deixar de o ser), e no dia lá subimos as escadarias do edifício e encaminhadas para uma sala onde fomos recebidas.

Durante esse tempo passei a fazer sinais á menina de deslumbrada com o ambiente balançava as pernas imparavelmente sem se dar conta do que fazia.

Após os cumprimentos e boas vinda efectuamos o convite, ao que simpaticamente aceitou pouco antes da entrada de um criado fardado com uma bandeja de copos de laranjada fresquinha.

Pouco tempo depois as despedidas e o baile realizou-se, cheio de pomba e circunstância onde toda a elite esteve presente, ouve discurso e tudo.

Já não estarão entre nós, mas serão sempre recordados com boa gente que passou por aquela cidade.

O nome das personagens, essas deixo ao vosso cuidado.