Que meus filhos e netas recordem o meu amor pela escrita! Afinal as histórias são feitas para serem partilhadas. Só assim elas se propagam e se perpetuam...

sexta-feira, 5 de julho de 2013



Hoje dei comigo afogueada com as temperaturas, ditas anormais para esta santa terrinha, ao que varias pessoa comentavam “nem pareces nascida em Africa”.

Talvez já me não lembre se era difícil aguentar aquele calor tórrido mas certamente bem mais suportável pela ajuda dos ares condicionadas que se espalhavam por toda a casa.
Calor mesmo só durante a ida e vinda para o trabalho, uns escaços 200 metros de quem naquela cidade residia.

E havia a sesta, como me lembro das sestas dormidas ao fresquinho nas duas horas de almoço que tínhamos.

Meu pai, recordo que ficava pelo fresco da sombra ou na varanda circundada de “gradilha” por onde parecia deixar passar apenas o fresco e deixar que o calor ficasse na rua.
Para ajuda regava-se o chão com água que após arrefecer o solo mantinha uma frescura agradável.

Este foi desde sempre a maneira mais natural das gentes de Africa refrescarem quando ainda os ares condicionados eram desconhecidos.

Sentado numa cadeira de lona, uma toalha turca ou um pano, ao pescoço que dava para afastar as moscas e ao mesmo tempo o suor.

Uma moringa de barro, com água fresca, coberta com um pano molhado não fosse o calor amornar.

Assim dormitavam numa sesta maravilhosa ao som dos barulhinhos de Africa.
Os fins-de-semana, esses sagrados onde ao sábado e o domingo apenas era permitido gozar a calma, estar com a família, passear pela fresquinha ou “lagartear”.

As horas não corriam, apenas passavam numa lentidão fantástica que nos dava tempo para tudo sem criar o tal de “stress”, que enche os bolsos a tantos médicos e farmacêuticos, numa procura da cura que não existe.

A esta terra chamavam o inferno, apenas porque a temperatura era alta, mas bela vida, onde tudo era paz, amizade e gente feliz.